A LAVADEIRA DO RIO VERMELHO

Lavando tristezas e tecendo sonhos

Sem rodilha sem omo, sem cansaço nem sono

Na cabeça uma mala amarrada em um lençol

Ainda é madrugada, ainda não tem sol.

Café coado, bolo à mesa. Recursos doados pela freguesa

Filhos dormem e ela quem sonha

Futuro usufruto do doutor.

Pega o sabão que fez na semana anterior e

Que já se esconde na enorme trouxa

E lá desce entre , pedras e pensamentos

Sonhos e questionamentos

Com rosto marcado pelo sol e pelo tempo

Segue adiante com o espumante

Mas não tem amaciante

agua corrente pedra batente ,trabalho ardente

Rio que parecia espelho, embora chamado de Vermelho.

Segue nossa trabalhadora, cultura de limpeza para agradar a freguesa.

Que querem ver o branco em anil, mas que não fizeram a roupa quarar.

A espuma subir e a pedra cantar...

Porém não existe solidão nesse lugar

Os pássaros bebericam, borboletas voejam possíveis transformações.

Outras iguais chegam, conversam e colocam roupas ao sol.

Esfrega... esfrega

Reluz um branco sem igual

Lençol branco roupas empilhadas e cheirosas

Lençol amarado, trouxa à cabeça toda orgulhosa.

Sobe agora já é hora do almoço fazer,

Uma missão cumprida e ainda tem outro dever

Segue faceira com eira e beira, entre pedras e becos a nossa lavadeira.

laura kruger malheiro
Enviado por laura kruger malheiro em 11/12/2015
Código do texto: T5476823
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