A LAVADEIRA DO RIO VERMELHO
Lavando tristezas e tecendo sonhos
Sem rodilha sem omo, sem cansaço nem sono
Na cabeça uma mala amarrada em um lençol
Ainda é madrugada, ainda não tem sol.
Café coado, bolo à mesa. Recursos doados pela freguesa
Filhos dormem e ela quem sonha
Futuro usufruto do doutor.
Pega o sabão que fez na semana anterior e
Que já se esconde na enorme trouxa
E lá desce entre , pedras e pensamentos
Sonhos e questionamentos
Com rosto marcado pelo sol e pelo tempo
Segue adiante com o espumante
Mas não tem amaciante
agua corrente pedra batente ,trabalho ardente
Rio que parecia espelho, embora chamado de Vermelho.
Segue nossa trabalhadora, cultura de limpeza para agradar a freguesa.
Que querem ver o branco em anil, mas que não fizeram a roupa quarar.
A espuma subir e a pedra cantar...
Porém não existe solidão nesse lugar
Os pássaros bebericam, borboletas voejam possíveis transformações.
Outras iguais chegam, conversam e colocam roupas ao sol.
Esfrega... esfrega
Reluz um branco sem igual
Lençol branco roupas empilhadas e cheirosas
Lençol amarado, trouxa à cabeça toda orgulhosa.
Sobe agora já é hora do almoço fazer,
Uma missão cumprida e ainda tem outro dever
Segue faceira com eira e beira, entre pedras e becos a nossa lavadeira.