O elefante
Os fugitivos da luz parasitam uns esconderijos,
justa medida segue justa, exceto, aos perversos;
dever aguilhoando almas, e corpos, claro, cujos,
princípios valem bem mais, que valores diversos...
E a ira engastada no nicho de certo lapso moral,
espera reparo que a vai desprender do engaste;
o pejo, majestoso garanhão, com seu porte viril,
vem com devidos meios pra que aquela se afaste...
Carência frágil excita o hospedeiro a passos vãos,
Esperança dúbia pega quimeras e enche lacunas;
Esperam um sentido na bruma noctívagos neons,
Pois, durante o dia hibernam em luminosas furnas...
Migalhas que caem esparsas sob uma farta mesa,
Basta, pras formigas lutadoras laborar com brilho;
Mas, o problema é achar de novo o rumo de casa,
Um elefante descuidado pisoteou e cagou no trilho...
Esse, com veneno na tromba e antenas poderosas,
Tenta se fazer de fraco disfarçando o seu marfim;
Jura desconhecer o fogo aquecendo-se com brasas,
Os fatos infelizes acabam comendo pela raiz o capim...
Com tanto peso nas costas, é difícil, olhar pra cima,
Salvo, se o arco íris mostrar um matiz inédito, novo;
Senão, na mesma cova rasa onde, verdade se inuma,
Sepultarão viva toda a esperança de um sofrido povo...