tear

no tear rudimentar

trabalha todo dia

sábado, domingo, feriado

sem saber que muda o ano

sempre no tear trabalhando

produzindo panos que vende por uma ninharia

ao patrão que os leva do sertão,

leva a sua poesia

pra ser vendida lá longe

por outro preço, mais caro

trabalhando todo dia

– sempre a mesma poesia –

nem de longe desconfia

que existe a poesia

que é feita na cidade,

nascida da gente abastada

ou nas comunidades carentes,

de um brilho incandescente,

mas com outra lealdade...

Aluizio Rezende
Enviado por Aluizio Rezende em 22/11/2015
Código do texto: T5456954
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