O AMOR DE FABIÃO

Fabião, tão pobrezinho,

Marcado pela opressão,

Fez da poesia uma missão

E dos versos seu caminho.

O instrumento de pinho

Acompanhou sua jornada

E ele, alma sagrada,

Versejando sem parar,

Cantou para libertar

Sua mãe escravizada.

Conta o livro do poeta

Que o poeta Fabião

Cantou até a exaustão

Para atingir uma só meta:

Em sua obra completa

- repentes do coração -,

Juntou tostão por tostão,

Lutou a vida inteirinha

Pra libertar a velhinha

Do jugo da escravidão.

Falava da mãe pretinha

Da cor de jabuticaba,

Do seu cheiro de mangaba,

Do amor que por ela tinha.

A arma com que mantinha

A fé na libertação:

Seus versos, sua canção,

Seu repente improvisado,

Para acabar o reinado

Da infame escravidão!

Miguezim de Princesa
Enviado por Miguezim de Princesa em 20/11/2015
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