O PÃO DA INCERTEZA
Azul é o pão
Que nem todo dia aparece na mesa
Doce é o álcool descendo pela garganta
Salgando a tristeza dos dias
Um silêncio inesperado
Crava a solidão no destino
Deixando escapar o sonho
Numa hora sonolenta, chuvosa
E tão cheia de necessidade
Suor amargo escorre pelo corpo
Pão metarmofoseado
Que não cabe no estômago
Cabe a maconha
a loucura
o adeus
Amargo é o pão
Que os dentes rompem
Amargos são os dentes
Que amanhã não sabem
Se terão outro pão pra romper.