O PÃO DA INCERTEZA

Azul é o pão

Que nem todo dia aparece na mesa

Doce é o álcool descendo pela garganta

Salgando a tristeza dos dias

Um silêncio inesperado

Crava a solidão no destino

Deixando escapar o sonho

Numa hora sonolenta, chuvosa

E tão cheia de necessidade

Suor amargo escorre pelo corpo

Pão metarmofoseado

Que não cabe no estômago

Cabe a maconha

a loucura

o adeus

Amargo é o pão

Que os dentes rompem

Amargos são os dentes

Que amanhã não sabem

Se terão outro pão pra romper.

JOAQUIM RICARDO
Enviado por JOAQUIM RICARDO em 28/06/2007
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