Uma janela para o futuro

Essas mãos enrugadas que não mais tocam o rosto pálido daquela mulher. A existência do feminino na caminhada da humanidade, percorrendo abismos e sorrisos envaidecidos! Na mesma direção dos ponteiros há um atraso proposital. Ora covarde, ora distorcido.

Na fúria contemporânea existe uma mulher aprisionada, em paredes incolores, perfumes e relógios. De repente, o sol é mais belo. E um sorriso, que há muito não era visto, surge. Tenho café para dois.

Esses mal entendidos em que nos metemos formam complexos processos mentais. E fica tão difícil pedir desculpas! Assim como era difícil amarrar o cordão do tênis quando criança.

É confuso falar da sexualidade como expressão do amor. Abdicar da vaidade, da tortura do atraso, pelo qual nossos corpos dóceis estão submetidos. No plano da horizontalidade o justo é ser básico. E ser básico, às vezes, é se despir de ilusões.

Nosso peito arde, por dois motivos. Por medo, mas também de paixão! O café esfriou. O humanismo está contido no existencialismo, assim como, a sexualidade pode ser lida como uma expressão de amor. Freud deu o primeiro passo, agora precisamos continuar a caminhada.

Existe uma dose de poesia na Psicanálise. Quando penso que o nascimento é uma possível expressão de dor, dessa dor compartilhada com o outro. Eu lhes afirmo que entre a dor de nascer e a de partir, existe um ínterim maravilhoso.

A mulher aprisionada luta por liberdade. E a sociedade precisa abrir espaço para as novas expressões de amor. Nosso peito arde um pouco menos angustiado, mas ainda muito desejante. E é o desejo que nos move.

Isadora beijou Maria que beijou Joanna que beijou Pedro que beijou Renato que beijou Yasmin que me beijou. A metáfora bonita evocou a sociedade dos poetas mortos... Houve muita reflexão. E depois, todos se abraçaram e sorriram, pois, compreenderam a essência da natureza humana!

David dos Santos
Enviado por David dos Santos em 07/11/2015
Código do texto: T5441343
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