Retrato

Escorre nos morros,

E pelos morros são expelidos.

O sangue que feito forro,

Cobre estes cantos esquecidos.

O silencio chora,

No rasante das balas.

É quando o grito estoura

Sem vida, em valas.

Este grito de cor preta,

É matança não declarada.

Da gente de cor feita,

De corpo e vida estereotipada.

Nos morros os tiros gorjeiam,

Nas casas desfiguradas.

Cantam e aqui semeiam

Corpos, em vielas ensanguentadas.

Alexandre Rodrigues de Lima
Enviado por Alexandre Rodrigues de Lima em 03/11/2015
Reeditado em 03/11/2015
Código do texto: T5435959
Classificação de conteúdo: seguro