Retrato
Escorre nos morros,
E pelos morros são expelidos.
O sangue que feito forro,
Cobre estes cantos esquecidos.
O silencio chora,
No rasante das balas.
É quando o grito estoura
Sem vida, em valas.
Este grito de cor preta,
É matança não declarada.
Da gente de cor feita,
De corpo e vida estereotipada.
Nos morros os tiros gorjeiam,
Nas casas desfiguradas.
Cantam e aqui semeiam
Corpos, em vielas ensanguentadas.