Fora do lugar
A indigna bunda de Pilatos ocupava o trono,
O Reis dos Reis ultrajado, vendido qual escravo;
O assassino Barrabás herdava o indevido abono,
E morte morria ao condenar certo Santo, Bravo...
A fúria do Fariseu Saulo errava mui feio, o alvo,
E Santo Estevão acertava na dosimetria da fala;
A calúnia é incoerente como dar pente ao calvo,
por um momento só, rebentos do ódio embala...
A filosofia, não raro, se pôs fugidia como réu revel,
A mão do tempo macerou não poucos postulados;
A mesmice burra negou a dialética cíclica de Hegel,
E novos agricultores lançaram suas mãos ao arado...
O Santíssimo Nome foi feito pretexto de crápulas,
Cujo sangue fervente era o deleite, o seu prazer;
Até hoje, os herdeiros desses medievais Dráculas,
Condensam sangue em moedas, aprenderam fazer...
O indigno buraco negro inda posa como se, estrela,
A nação agoniza qual um inseto se debate na teia;
A culpa patente sobre a mesa pra quem quiser vê-la,
o Lula e asseclas ainda não estão no fundo da cadeia...