Moral eu tenho, mas, saco...

Não sei sofro com o silêncio dos bons,

Ou, presumido mutismo é mera ausência;

Digo, tais parecem noite, os maus, neons,

Arrogantes bradando em mui altos tons,

Aí acendo uma vela pra santa paciência...

Plateias amestradas bradando o mantra,

Temem a implosão da sua vaca sagrada;

Ofertam barulho para amparar pilantras,

Que pensam plasmar fatos só na garganta,

Cada fala, a verdade leva uma saraivada...

O país não “intonta” mais co’essa cachaça,

Bebeu muito, é vero, mas, agora passa mal;

Ódio estilingue vira amor, quando vidraça,

E se põe a falar de honra a vetusta devassa,

Os ladrões nem coram demandando moral...

Esfolam as palavras pois, precisam do couro,

Democracia, república, golpe, honra, gestora;

Para o povo as escórias, para eles fica o ouro,

Professores laboram, mas é deles o louro,

Afinal, não são aqueles, é a “Pátria Educadora...”

Seu Brasil desperta lento, quase hemiplégico,

Mas, finalmente, do mau cheiro sente o asco;

Sai do marasmo pra um revide forte, enérgico,

E cada ladrão infiltrado em ponto estratégico,

Será inútil, pois, o Titanic já rompeu seu casco...

Que afunde a merda, mas, sejamos livres ainda,

mesmo que, tardia, a devida consciência venha,

Não se galardoe incompetência, virtude é linda,

Que vadiagem e corrupção seja dupla mal vinda,

quem quiser fogo, que corte, ou, pague pela lenha...