Vou desperdiçar vento

Ah, esses lupinos olhos que vislumbro,

Não mudam o ser, apoiados por rímel;

Pedem penico quando ofertam o ombro,

Desanimado como Elias foi, sob o zimbro

Vejo o engodo se fardando de verossímil...

Que difícil essa mansa passividade de gado,

Servindo aos “Fazendeiros” não importa o P,

A virtude claudicando ao ver o filho desviado,

Pirataria, sabemos, sustenta crime organizado,

E pagar certinho os impostos, fomenta o quê?

“A gente somos inútil”, como é veraz o termo

Basta avaliar o quê mandamos para Brasília;

Estocamos a lenha para o fogo do inferno,

Digo, acreditamos ajudar a formar o governo,

nos vemos culpados por formação de quadrilha...

Aí, lembramos, “De tanto triunfarem as nulidades”

Na insuperável sacada filosófica do grande Ruy;

Na verdade, vemos o viço de nossas boçalidades,

Que compram paixões pelo preço de verdades,

E nunca vão se mirar no espelho, porém, eu fui...

Vi minha culpa assentada em discursos pretéritos,

Quando advoguei como válido o que era estrume;

O tempo macera as palavras e evidencia méritos,

Sim, são os fatos apenas os tributários de véritas,

onde pensamos ter água, vemos “verter” chorume...

Aí, recuso a defesa contumaz de manchados panos,

Sem essa que meus estandartes são mais que os teus;

Resta considerar o que ainda nem consideramos,

Que esse deserto mui cálido dos governos humanos,

Nos permitirá apreciarmos melhor ao oásis de Deus...