GALÁPAGOS

Lágrimas que brotam

Dos meus pensamentos

Solidificando em estrelas

No firmamento.

O invisível visível

Perpetuando a meteórica passagem,

N’uma lápide estrelar.

O parco recurso

Para mudar a história

De insanas atitudes.

Um mundo hostil de vilipêndio bisturi!

Uma enxurrada de espuma

Tingindo as plumagens

De garças brancas.

Nódoas de óleo em águas azuis do mar!

As estações do ano

Em desobediência ao eixo central!

A bússola precisa,

Já trêmula,

Apesar de toda tecnologia

Pende para esquerda ou para a direita,

Sem muita precisão.

O núcleo central da família

Em novas definições.

Células -tronco – vida-

- Jamais substituirão

O mistério da procriação.

Sem nenhum preconceito.

Na biologia constelar

No eixo do buraco negro

Mistério a perscrutar.

São asas

De um corpo etéreo

Sem fricção da matéria

Sem manchas de óleo

Ou qualquer possível visgo

De bactérias

Do dragão de Galápagos.

O amargor da bílis, a doçura do mel,

O bicho da seda tecendo o mais fino dos fios,

Numa lentidão milenar.

Passam das dezoito horas,

É hora de reescrever

O modelo reinante

De apocalíptica extinção.

Belo Horizonte, 16 de agosto de 2015 - Atalir Ávila de Souza.

Atalir Ávila
Enviado por Atalir Ávila em 01/10/2015
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