PELAS RUAS, UM OLHAR

Pelas ruas, criança

pede um pedaço de pão.

Não traz no olhar esperança,

é frio o seu coração.

Corpo se arrasta, franzino,

sem tempo para brincar.

Nada mais que um menino,

sem rumo é seu caminhar.

Procura um gesto, um carinho,

que o faça, enfim, renascer.

Mas pelas ruas, sozinho,

dos sonhos parece esquecer.

Pés descalços, feridos,

fome a cada despertar.

Passado e presente perdidos,

futuro, sem brilho, no olhar.

BELÍSSIMA INTERAÇÃO DA QUERIDA POETA CRISTINA GASPAR:

" A cada passo vejo um irmão.

Irmão este que não me vê.

Vê somente a escuridão.

Escuridão de saber reconhecer.

Saber que de irmão nada tenho.

Tenho apenas pena e nada faço.

Dedicamos horas para bobagens e tolices

e esquecemos de ser cristãos..

Muitas das vezes somos nós que precisamos da mão estendida

e não conseguimos sequer pedir. "

Poeta Télio
Enviado por Poeta Télio em 26/09/2015
Reeditado em 26/09/2015
Código do texto: T5394872
Classificação de conteúdo: seguro