Mais uma Vez
Mais uma vez!!!
Mais uma vez as ruas abrem-se aos gritos das massas
Gritos dispersos, diversos, inversos, de todos os credos.
Mais uma vez as mágoas doentes impunham as bandeiras.
Todas, certas e incertas, esbravejam todas as cores e dores.
E por trás do fumê, os charutos e “Whisky” importados
Embaralham cartas, lançam dados e arremessam dardos.
E quando os brados das ruas diluírem pelos botecos bêbados,
A hipnose midiática enfeitará de mentiras a verdade das massas.
E os bolsos fartos recalcularão nos gráficos digitais o lucro futuro.
As bandeiras, rotas e roucas, enrolar-se-ão tímidas e sentidas
E se esconderão, mais uma vez, nos armários solitários dos porões.
E as ruas abrir-se-ão novamente ao gemer estridente das máquinas.
Das perdas, dos ganhos, dos enganos e das esperanças,
Do embate, fica apenas o empate na rouquidão das massas.
E voltarão a encher de sonhos os corações dos bares e dos lares,
As novelas, as lágrimas de colírio e os iates das estrelas da TV.
Voltará o futebol depois das mentiras das oito e das cenas das nove.
E a massa voltará a gritar pelos teclados das máquinas e dos celulares.
Daqui, olho, quase vencido, os pesadelos invadirem novamente as ruas!!!