MEU GRITO
Vai-se o mês, falta salário
E eu me sinto um otário
Suando pra ganhar meu pão.
Lá no poder é roubalheira,
Aqui no povo é só pedreira,
Pobres trabalhadores da Nação.
Aqui eu não me sinto seguro,
Pois em cada canto escuro
Surge um ladrão pra me assaltar.
É tanta droga, é tanta merda
E o Brasil, carroça lerda,
Quase não sai do lugar.
Pra disfarçar o que foi deposto,
Cria-se uma taxa, outro imposto
E todo mundo jura inocência.
Sem saber pra onde a coisa vai,
Eu repito o dito do meu pai:
Senhor: dá-me um saco de paciência!