EXCLUSÃO

Onde está a chama de teu olhar?

De onde vem este teu desencanto,

Este entrave permeado de temores,

Este travo em tua língua?

Que grades são estas

Desconstruindo o mundo em ti,

Desarticulando teu viver?

Que clamor é este no teu olhar,

Aprisionando-te do lado de fora do mundo,

Entre vagas, entre chagas abertas

Que gritam, mudas, a exclusão de tua voz?

Tua dor é histórica, teu lamento é cíclico,

Porque cingiram em ti a renda vil

Que te sonega a identidade,

Enredando-te em teias de opressão.

Ah, maldito homem que estratifica,

Que segrega, que aparta, que abstrai.

Ah, maldito homem que constroi casas grandes,

Currais, mangueiros e senzalas.

Maldito homem que julga, subjuga e executa.

Maldito homem que se morre... que se mata!

Paulo Pazz
Enviado por Paulo Pazz em 15/09/2015
Código do texto: T5383475
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