INTIMIDADE PRESERVADA

INTIMIDADE PRESERVADA

Para se viver e evitar a língua afiada

É preciso prudência e compreender

Quem não queira vir a ser prejudicada

Quando a muitos, tanto custa sobreviver.

Os que viajam falam sem preocupações

Em conversas banais que o acaso tece.

Assim desabafam suas mágoas e aflições

Ao parceiro em viagem, que logo esquece.

Descontraídos opinam a sua “ verdade ”

Sem que o seu ouvinte seja contrariado.

É um diálogo aberto feito em liberdade

Sem que alguém venha a ser penalizado.

Cria-se em nós uma inibição inconsciente,

Ao ouvirmos dum amigo ou dum familiar:

- “Não faças isso, ele vai ficar descontente.”

- Ou,“ Não diga isso, que o vais prejudicar.”

Muitas vezes acomodamos a nossa opinião

Encerrando-a num profundo subconsciente.

Tímido sorriso aparece como única reação

De quem discorda e a contragosto consente.

Meio mundo ouve e não se compromete

Quando na vida já recebeu a ingratidão

De gente a quem se prestouo a um “frete”, E como paga só colheu a dor e desilusão.

Continuará a existir o habitual interlocutor

Com muita simpatia, mas em prosa parco.

Tudo ouve com cuidado mas evitando o dissabor,

Porque sabe que esta' a navegar no mesmo barco.

Faro, 03 Setembro 2015

gmarques

Gualberto Marques
Enviado por Gualberto Marques em 03/09/2015
Reeditado em 04/09/2015
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