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OS REFUGIADOS
 


Jogam-se ao mar, por vida e morte,
para ter sobrevivência apenas,
que seus torrões natais se atritam,
às vezes, por questões pequenas.
 

Também mais por guerras e fome,
ao Mediterrâneo lançadas,
vão levas sem fim de imigrantes
– as multidões desventuradas.
 

Sírios, norte-africanos negros,
míseros de várias etnias
em busca do sonho europeu,
na ilusão de melhores dias.
 

Em frágeis naus, botes infláveis,
naufragam tantas dessas barcas,
e a vida se exclui dos viventes
simples, já de vidas tão parcas.
 

Doída fuga à velha Europa,
que resiste à vinda dos párias,
quando os apátridas precisam
só de ajudas humanitárias.
 

Hostil em dar guarida a pobres,
o mundo rico a contragosto
acolhe alguns dos infelizes,
não sem mostrar até desgosto.
 

No mar, do êxodo a tragédia:
homens e mulheres e infantes,
todos a ganhar sepultura
no pélago dos imigrantes.
 

E doeu ver soldado alerta,
colhendo corpos soçobrados,
dentre os quais aquele corpinho
de um guri dos refugiados.
 

Fort., 03/09/2015.
Gomes da Silveira
Enviado por Gomes da Silveira em 03/09/2015
Reeditado em 05/09/2015
Código do texto: T5369039
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