Índios

Quando o sol for o caminho exato

Encontrar sabe-se-la o que

Na terra perdida do nunca

A cor fúlgida de nascentes florestas

È o cinza das cinzas que dela sobraram

Um bordel de mágoas e dor

O sangue lava a honra

Das desonras que deles se fizeram

Bulício de gente fraca e pobre

Armas nas mãos e angústia no coração

Pagar a alma fria com dinheiro e poder

Triste verde!Desonra fatal!

-Boêmio, paga vossas dívidas,

com o sangue dos nativos incrédulos

que pousam sobre ti confiança

troca o preço da dor com espingardas

prontas para atirar, prontas para matar

como animais famintos de miséria e horror.

Soberba luxúria

Mais ouro,berlindas, mais dor

Constrói a vida sobre a morte de outrem

Ourives desdenha vossa pátria!

Usa o que é vosso, pois dele sobrou o pó

E ainda vendem como jóias raras e nobres

Canções a lua,terra, céu, mar

Venerando trovões, ridículo?

Talvez o fosse

Mais ridículo seria venerar

O amargo vermelho de teus pulsos

Pela miséria descabida do nada

A tristeza vazia de fúnebres canções?

03/09/04

Isis
Enviado por Isis em 21/06/2007
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