A fome
A fome que te mirra as carnes
Que te embacia o olhar
Que te despe de esperança
É mesma que podia ser aplacada
Pelos excessos da fartura de alguns
Que têm mais olhos que barriga
E contas chorudas que tantas vezes ajudaste a criar.
A fome que te mirra as carnes
Que te embacia o olhar
Que te despe de esperança
É mesma que podia ser aplacada
Pela fartura de alguns, infelizmente muitos, que se vestem de uma importância balofa:
De uma aparência, que à nascença foi igual à tua
E que em nada será diferente na hora da morte
Mas a ganância desmedida que os alimenta…
É CEGA!
Lucibei@poems
Lúcia Ribeiro
In “Um Grito contra a Pobreza”
Coletânea do Grupo de Poesia da Beira Ria/Aveiro 2015