Não entendi a piada

Que sem graça ver o egoísmo desnudo,

Pintando a pele com tintas altruístas!

Sem conseguir ocultar seu alvo, contudo,

amplo cenário de mesquinhas conquistas...

Sem graça ouvir o Cascão acusando sujeira,

Como se a verdade fosse uma puta venal;

E mais eficaz a trama quanto mais rasteira,

Como se existissem só répteis no reino animal...

Que sem graça a pretensa nova moralidade,

Forçando por equalizar os que agem desiguais,

Reajustando no berro os pilares da sociedade,

Para que se amolde aos desajustados sociais...

Que sem graça esses pobres simulacros da arte,

Que juram amor enquanto escavam por metal;

Pior, uma geração sonolenta que faz sua parte,

Cúmplice, e consumidora nesse vasto bacanal...

Infelizmente somos uma geração sem graça,

Que chamada às raias da vida só existe, passa,

Ainda atuando hipócrita como velhos Fariseus;

Ah se por um pouco nos puséssemos alertas,

Quiçá, aprendêssemos contar as piadas certas,

Para darmos ocasião ao belo sorriso de Deus...