Excluído

Uma poesia do meu grande amigo e colega, Professor Arivaldo Souza Machado.

Não tenho na pele a sua cor,

Na sociedade, o seu valor,

Mas sou como você.

Se estou nas ruas fazendo malabarismo,

Do seu carro me observa aos risos

E finge não me ver,

Mas sou como você.

Hoje fui ao mar, quis me banhar

Lá estava você em meu lugar

E faz que não me vê,

Mas sou como você.

Na areia da praia não pude pisar,

Não tinha dinheiro para pagar,

Mas eu vi você e você me viu

Mesmo assim seu lugar, comigo não dividiu.

Eu sou seu excluído, tá bom, não faz mal

No fundo, no fundo tudo é igual.

Mas você, você pode me ajudar.

Me tirar das ruas, me educar

Me levar ao mar, ao seu apartamento.

Mas entendo o seu momento.

Cá fora tudo dá medo, tudo é desigual.

Mas eu, eu sou como você

Eu te vejo, tu me vês.

Não sou diferente

Ando, corro, brinco, choro, canto, sou gente,

Mas o mundo não me vê.

Não me vê como vê você.

Arivaldo Souza Machado
Enviado por Juciara Brito em 09/07/2015
Código do texto: T5305608
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