AGONIA
A nave vai subir
veja la fora
voce pode sentir
mas ainda ignora
a mao pedinte da calcada
da face subjulgada
do chorar ao sorrir.
Elos quebrados
de correntes imaginarias
bocas com fome
crianca sem nome
mortes arbitrarias
sal na ferida
sol queimando labios
e gemidos em madrugadas ordinarias.
Intestinos atrofiados
ouvidos amestrados
sangue a espera da lamina
para fugir de corpos torturados
Pratos quebrados
dedos tremulos no desespero
olhar de alma morta
insipido, sem tempero
esquizofrenia batendo a porta
a procura do exagero.
Conta-gotas
relogio de areia
dorme...sonha com a ceia
o dia arrasta
a morte rodeia
e o ceu ainda e azul.
O martelo desceu em seu dedo
alimentou o grito
saciou o medo
voce agora tem a dor
e seja como for
tente acordar mais cedo.