O mijo dos gatos

Como fugir da cadeia da ignorância?

Romper elos da corrente ideológica?

Se neurônios estacionaram na infância,

Detidos por ilusionistas e sua mágica...?

Aí celebram aos muros que os detêm,

Cantam loas à rigidez das suas grades;

Molham-se em águas que só eles veem,

E supõem Maduros os que estão podres...

Seguem berros insanos quais bois na canga,

Há muito abdicaram de buscar seu pasto;

que o chefão seja o cão chupando manga,

incensam como deus esse paroleiro de bosta...

Vasculham a ditadura de meia centúria atrás,

aplaudem a de hoje do outro lado da cerca;

depende da cor, nem todas ditaduras são más,

democracia é joia de ouro em focinho de porca...

Aplaudem à expulsão de homens democratas,

Afinal, poderiam eles estragar o sinistro roteiro;

Alugam a medo e soldo meia dúzia de vira-latas,

Seguros da cumplicidade do tupis “companheiros”...

Que faço que essa minha imensa vergonha alheia,

Vendo a decência vilipendiada, sofrendo sarro?

Trabalhadores, imensa maioria “menas” que meia?

Em Banânia, por ora, gato ainda mija em cachorro...