Direitos Desiguais.
O pão falta na mesa
O trabalho é informal
N origem da pobreza
A desigualdade é social.
Cresce a fila de espera
Para ocupar o corredor
O doente desespera
E apela ao Criador.
Muda o trato quem plano tem
A notoriedade de um burguês
Faz check-up no Alberto Einstein
E interna-se no Sírio Libanês.
Não tem renda, só faz bico
Como pode se defende
Dá calote, paga mico
Como eterno inadimplente.
Está na mão da minoria
A riqueza concentrada
Na extração da mais valia
Tanta gente escravizada.
No transporte esmagado
Feito gado no curral
Desembarca amarrotado
Prá trampar cheirando mal.
Dentro do carro importado
O que importa é a ostentação
Aspira o ar condicionado
Longe da poluição.
Ronda o medo pelos lares
Da insegura periferia
Excluída dos bons ares
Dos ventos da cidadania.
Investe alto em segurança
Prá blindar toda a família
Finge a escola que ensina
Pensa o filho que aprendeu
Alienação é sua sina
Um futuro que morreu.
À Europa manda os filhos
Prá refinar a formação
A grana tira os empecilhos
`A melhor educação.
Na ocupação irregular
Pequeno abrigo logo inventa
Faz puxado prá abrigar
A família que aumenta.
Engenharia e arquitetura
Edificou todo seu ninho
Usufrui de estrutura
De outro rico é vizinho.
O pão falta na mesa
O trabalho é informal
Na origem da pobreza
A desigualdade é social.