FORQUINHA

Em pleno presente, doentes e silentes,

Vivemos cansados sofridos e entalados

Em velhas convenções de um povo demente;

Que ri da aparência sem olhos nem dentes.

Em meio ao sonho ficamos inertes,

Carentes pendentes em busca de gente,

Que vibre conosco como bolhas fluentes

A vagar na noite quais almas indulgentes.

No campo da vida ferido entrementes,

Caminhos pungentes em meio à razão,

De estar na estória ausente de glória,

No cio do ódio buscando o perdão.

Solertes vertentes que brindam na mente,

Fria e inconseqüente daqueles que vão,

Drogados, perdidos que só rememoram,

No berço da história cruel solidão.

Humanos, mutantes coisa arrepiante,

Trazendo o estandarte em cruel rancor

As margens do tempo sequer são sementes

De olhares contentes em busca do amor.

CRS 14.06.07