(Des)Ordem Globalitária
A ordem globalitária
canta hoje as regras do jogo
em que políticas autoritárias, totalitárias,
fragmentárias, comandam os passos do globo:
a cultura dos povos e as definições principais das produções
e políticas de aberturas comerciais que favorecem grandes capitais
e também as privatizações e precarizações do trabalho que se espalham por todo lado, em todas escalas globais. A riqueza, crescente e concentrada, se alimenta da pobreza (material, espiritual) cada vez mais espraiada.
Os pobres reinventam a sobrevivência como podem, aderindo à sociedade do consumo
(que consome o planeta, os homens, seus rumos...).
Enquanto isso, as cidades se sacodem,
convivências se implodem,
populações buscam ocupações,
lutam por humanizados espaços
em quaisquer lugares,
geralmente seguindo
ou refutando os passos
e vãos traçados
pelos voláteis capitais
que buscam os lucros
onde derem mais.
De qualquer modo,
experimenta-se o caminhar
num fio de navalha
em tempos difíceis
de muitas lutas e enguiços
que se lançam, se embalam
à imagem e semelhança
das malhas tecidas
na (des)ordem
globalitária...
(Poema extraído do Livro: "Geografia em poesias: tempos, espaços, pensamentos - Luiz Carlos Flávio).