(Des)Ordem Globalitária

A ordem globalitária

canta hoje as regras do jogo

em que políticas autoritárias, totalitárias,

fragmentárias, comandam os passos do globo:

a cultura dos povos e as definições principais das produções

e políticas de aberturas comerciais que favorecem grandes capitais

e também as privatizações e precarizações do trabalho que se espalham por todo lado, em todas escalas globais. A riqueza, crescente e concentrada, se alimenta da pobreza (material, espiritual) cada vez mais espraiada.

Os pobres reinventam a sobrevivência como podem, aderindo à sociedade do consumo

(que consome o planeta, os homens, seus rumos...).

Enquanto isso, as cidades se sacodem,

convivências se implodem,

populações buscam ocupações,

lutam por humanizados espaços

em quaisquer lugares,

geralmente seguindo

ou refutando os passos

e vãos traçados

pelos voláteis capitais

que buscam os lucros

onde derem mais.

De qualquer modo,

experimenta-se o caminhar

num fio de navalha

em tempos difíceis

de muitas lutas e enguiços

que se lançam, se embalam

à imagem e semelhança

das malhas tecidas

na (des)ordem

globalitária...

(Poema extraído do Livro: "Geografia em poesias: tempos, espaços, pensamentos - Luiz Carlos Flávio).

Luiz Carlos Flávio
Enviado por Luiz Carlos Flávio em 01/05/2015
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