O idoso

Menino, também fui novo

Tive força e fui valente

Meu corpo de sangue quente

Foi guerreiro, foi veloz.

Fui hábil, forte e feroz

Nada na vida eu temia.

Fosse de noite ou de dia

Eu enfrentava sem medo

Mas a vida tem segredo

Quando novo eu não sabia.

Porém o tempo passou

Meus músculos estremeceram

Meus ossos enfraqueceram

Agora tou fraco e lento

Nada mais eu aguento

Minha vista escureceu

Força desapareceu

Hoje tou velho e cansado

Meu corpo está encurvado

Já nem pareço mais eu.

Ninguém liga para um homem

Que está velho e cansado.

Viver num canto, encostado

É este o triste destino

É como igreja sem sino

Não atrai nem um fiel

A vida amarga igual fel

Some toda a alegria

E pede a Deus todo dia:

– Senhor, me leve pro céu!

Por isso eu digo menino

Aproveite a juventude

E enquanto tem saúde

Estude, lute e conquiste

Pois um homem só existe

Enquanto ainda produz.

Se os olhos faltarem a luz

Se os braços faltarem força

É o fim! Apenas torça

Que possa encontrar Jesus.

Poeta do Riacho
Enviado por Poeta do Riacho em 27/04/2015
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