Utopia Social
As nuvens passam estridentes
Como pedaços de algodão resplandecentes.
As aves voam como flechas de asas abertas
Procurando galhos nas árvores verdes
Para louvar o dia que renasce em vida.
Repetição frívola para quem desconhece a cor do viver;
Eternidade louca dos sonhadores esperançosos.
Graça revigorante para amantes;
Amantes que gemem...
Entristecidos com dias infelizes,
Amantes que almejam...
Esperançosos por dias melhores.
Vida sintética cotidiana!
Onde vozes de lamento ecoam pelo alimento.
Ouvem-se gritos de dor,
Gritos do desamor crescente, abundante,
No constante enegrecimento do mundo.
Vidas congeladas!
Que escravizam as almas
Na cegueira de seus próprios mundos.
Há suspiros de tristezas escaldantes,
E nos olhos são lágrimas trasbordantes.
Pela dor que toca, maltrata;
A dor que desumaniza
Fazendo do ser objeto do não ser na vida.
Enquanto o céu, neste inferno,
Brilha num maravilhoso encanto,
E o mar na sua destreza
Vem lamber na praia a fina areia.
Areia do tempo,
Que deixa marcas,
Prevendo com denúncia o nosso mundo patético,
A teia das nossas almas.
E, o mar que rir dos nossos conceitos,
Ensina sobre vida com todo apelo,
Guardando no mais profundo seio,
Enigmas e segredos
Refletindo nos espelhos
Os nossos medos e receios.
O medo de amar,
O medo de ser livre.
Rafael Lima