CIDADE SEM VIDA
A terra dos mortos que não dormem,
Lar dos escravos inconscientes,
Ouro dos tolos que os consomem,
Zumbis que se acham gentes.
A cidade não para,
O povo acompanha
A população não fala,
Por tamanha vergonha
De ser mais um peso nessa terra de indigentes.
Manipuladores sendo manipulados,
Trabalhadores movidos por sonhos acordados
Sonham acordados, pois o tempo esta cronometrado
E sonham com o relógio parado,
Sonham com o regresso dos ponteiros.
Lutam para a vida se tornar uma vida
Para que a despedida seja breve,
Leve
E não dolorida,
Vida sem vida,
Terra sem vida...
Somos desbravadores de uma cidade assassinada pela pressa
Como burros de carroça, olhamos pra frente,
Pisamos nos menores.
Somos os maiores imbecis do tempo
Esquecemos que o relógio nunca vai parar...
Nós vamos!
Acordou?
Agora é tarde
Seus filhos cresceram,
É tarde pra ser pai,
Quer correr pelo mundo?
Com essas pernas não da mais
Só lhe resta ensinar o que aprendeu,
Nunca tivestes tempo de ouvir ninguém
E agora fala sozinho
Porque essa geração corre ainda mais...