Sobre o Lago

Quando separa teus lábios

da boca saem só mentiras,

mas são tantas que amedronta o sábio,

são tantas que não erram a mira.

São uma multidão de parasitas,

é isso que me parece ser.

Sugam toda sujeira das palafitas

verdes e podres, mas que já foram bonitas.

São almas que flutuam sobre a água,

água qual abriga todos os rancores,

culpa, ódio e toda nossa mágoa,

monstros quais destroem amores.

Então coma a podridão

e vomite sem parar

tudo aquilo que não podes pôr a mão

distorcido pelo ódio, num clarão.

Levam daqui todas as maravilhas

e tudo o que dizem sobre o ser.

Diz que todo filósofo escraviza,

enlouquece, mas se enlouquece por poder ver.

E se queres se livrar,

não hesite em apenas ser.

Não quer, se não queres batalhar;

primeiro nós lutamos para depois poder amar.

Lucas Häkkan
Enviado por Lucas Häkkan em 01/04/2015
Reeditado em 29/06/2015
Código do texto: T5191409
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