Sol de Sangue
Sol de Sangue
Fatima Dannemann
Sangra o sol
na madrugada vermelha.
Calor na areia.
Zumbido do vento
que fere os timpanos.
Cada raio que emana
do céu é espada
cravada no sol.
Sua luz fere a areia
e expulsa a noite
esconde a lua
num ponto qualquer
atrás das dunas.
Zumbido do vento
que canta uma estranha sinfonia.
Canhões judeus
ribombam como trovões
e estraçalham palestinos.
Bombas ianques
arrebentam o Taliban.
E uma descoberta mais do que óbvia
para quem vive a guerra,
e uma descoberta simplesmente banal
para quem apenas vê a guerra na TV:
O amanhecer é um parto doloroso
quando inocentes morrem
sem conferir o amanhã...
................................
Corta!!!
Calem os canhões...
Parem o sol
nesse amanhecer de sangue.
Gritem; Bastaaaaaaaaa!!!
Apenas pinte o céu
com o azul da paz.
E o amanhecer já terá valido a pena.