Sol de Sangue

Sol de Sangue

Fatima Dannemann

Sangra o sol

na madrugada vermelha.

Calor na areia.

Zumbido do vento

que fere os timpanos.

Cada raio que emana

do céu é espada

cravada no sol.

Sua luz fere a areia

e expulsa a noite

esconde a lua

num ponto qualquer

atrás das dunas.

Zumbido do vento

que canta uma estranha sinfonia.

Canhões judeus

ribombam como trovões

e estraçalham palestinos.

Bombas ianques

arrebentam o Taliban.

E uma descoberta mais do que óbvia

para quem vive a guerra,

e uma descoberta simplesmente banal

para quem apenas vê a guerra na TV:

O amanhecer é um parto doloroso

quando inocentes morrem

sem conferir o amanhã...

................................

Corta!!!

Calem os canhões...

Parem o sol

nesse amanhecer de sangue.

Gritem; Bastaaaaaaaaa!!!

Apenas pinte o céu

com o azul da paz.

E o amanhecer já terá valido a pena.

Maria de Fatima Dannemann
Enviado por Maria de Fatima Dannemann em 19/09/2005
Código do texto: T51910