O vento
Pátria bradou anseios toda verde e amarela;
mas, os párias não despem o seu sujo pijama;
e conforme os ventos, ajustam as suas velas,
porém, por nada deixam o seu mar de lama;
colocam duros fatos em nosso bolso e mesa,
com macias falácias cooptam, tolos ouvidos;
e nada de sujo, deles vindo é ainda, surpresa,
seguem cagando em seus penicos preferidos;
ceder uma vez aos fatos, sequer em hipótese,
são o que são; ladrões, falaciosos, indecentes;
e a pior desigualdade, já ensinava Aristóteles,
é avaliar como iguais, aos que são diferentes;
eles não enxergam separação, divisa, marco
tenho meu partido, tens o teu, tenho ouvido;
como sendo certo andarem no mesmo barco,
o homem decente, trabalhador, e o bandido;
confesso não esperar uma omelete desse ovo,
é de serpente mui falso; eis os doloridos fatos!
facilmente eles garantem estar ouvindo o povo,
enquanto seguem atuando ao querer dos ratos;
só sabem difamar, quem, reputação ainda tem,
infâmia é uma sujeira, junto à qual não agrego;
se, tens apenas um martelo, disse Mark Twain,
trates a todos teus os problemas, como pregos;
ah, meu Deus, uma hora, espero, o vento vira,
erguendo tapete expondo seus sujos segredos;
para que, enfim, o surrado martelo da mentira,
acerte quem martela, nos seus próprios dedos...