Flexões de uma queda

Cidade, cidade,

com suas ruas fétidas,

seu silêncio barulhento,

rostos oprimidamente tristes,

corações carentes, em uma pressa mortal,

o pão é motivo sórdido,

onde se vende a vida a preço de uma dose de pinga,

a beleza e pudor são coisas raras, um nicho relicário,

o rato, a barata, a aids se misturam às pessoas como se fossem enfeites fúnebres das massas desapercebidas.

O ser se despedaça na solitude dos aglomerados das gentes.

O aconchego do lar mais parece prisões,

tudo aguardando o retorno desejado da redenção.

Beto Lisboa
Enviado por Beto Lisboa em 06/03/2015
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