Flexões de uma queda
Cidade, cidade,
com suas ruas fétidas,
seu silêncio barulhento,
rostos oprimidamente tristes,
corações carentes, em uma pressa mortal,
o pão é motivo sórdido,
onde se vende a vida a preço de uma dose de pinga,
a beleza e pudor são coisas raras, um nicho relicário,
o rato, a barata, a aids se misturam às pessoas como se fossem enfeites fúnebres das massas desapercebidas.
O ser se despedaça na solitude dos aglomerados das gentes.
O aconchego do lar mais parece prisões,
tudo aguardando o retorno desejado da redenção.