Flores selvagens
Doces garotos julgados
E jogados em tesos tálamos.
Com seus músculos retesados,
Endurecidos pela fria brisa,
Que sopra silenciosa na noite.
Os ensurdece o som do silêncio,
Que soa constrangedor à outros ouvidos.
Tua presença é do chão um empecilho,
Facilmente superado num golpe.
Golpe do acaso, golpe de sorte.
Golpeados pela falta de sorte,
Privados de, ao menos, um alento.
Sorri-lhes a morte...
Essa amiga traiçoeira e implacável.
Nos acomete quando cochilamos.
Ah! Esses doces garotos!
Cruéis consigo mesmo.
Corroborando nossos atos,
Estúpidos, mesquinhos.
Mas é assim mesmo, não é?
A história segue seu curso...
Como um rio desde sua nascente,
Corre e transforma-se em cachoeira,
Para molhar pouca gente.