Flores selvagens

Doces garotos julgados

E jogados em tesos tálamos.

Com seus músculos retesados,

Endurecidos pela fria brisa,

Que sopra silenciosa na noite.

Os ensurdece o som do silêncio,

Que soa constrangedor à outros ouvidos.

Tua presença é do chão um empecilho,

Facilmente superado num golpe.

Golpe do acaso, golpe de sorte.

Golpeados pela falta de sorte,

Privados de, ao menos, um alento.

Sorri-lhes a morte...

Essa amiga traiçoeira e implacável.

Nos acomete quando cochilamos.

Ah! Esses doces garotos!

Cruéis consigo mesmo.

Corroborando nossos atos,

Estúpidos, mesquinhos.

Mas é assim mesmo, não é?

A história segue seu curso...

Como um rio desde sua nascente,

Corre e transforma-se em cachoeira,

Para molhar pouca gente.

Valter Pereira
Enviado por Valter Pereira em 06/06/2007
Código do texto: T516014
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