Domingo na Rede

No balanço das redes,

descansa meu corpo.

Ouço as horas,

vejo a poeira nas folhagens,

e o vento frio nos quintais;

o sol ilumina as ruas

e os pássaros;

volta o verde

à paisagem.

Sinto a alegria dos amores

esquecidos no carnaval.

O povo foi à missa,

almas voltaram à terra

pedindo preces.

{Círios amarelos iluminam as mãos}.

Velhos senhores contam piadas;

gargalhadas chegam às portas.

A cidade é a mesma:

Becos sem saída,

buracos nas ruas.

O lixo da semana espalha-se

nas calçadas; um poste caído

fecha passagens.

Passa o domingo entre as páginas

dos jornais e na tela do computador.

Desfia-se o tempo.

Espero a chuva da tarde,

e o conserto dos relógios

quebrados.

Raimundo Lonato
Enviado por Raimundo Lonato em 01/03/2015
Reeditado em 01/03/2015
Código do texto: T5154507
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