Sobre sonhos que acordam...

Quando clareou

E a gente conseguiu enfim,

Descansar e dormir

Da escuridão dogmática,

Houve um sonho coletivo

Com Elfos, fadas e mágicos,

E uma legião de guerreiros

Pronta para a luta.

E já não conseguimos mirar-nos

Sob um ângulo apenas.

Porque, ainda que fosse sonho,

Nossos olhos estavam abertos demais

E nos permitiam muitas visões.

E o sonho amanhecia a gente,

E o sonho nascia a gente,

E nascidos e amanhecidos novos,

A gente tinha o poder da palavra na boca.

E de criança que era,

Tinha o poder de desconhecer os medos,

E a energia de trilhar,

Ainda que sem destino certo,

Cada caminho que nos parecesse bom

Para aventurar a vida.

Na pressa de recém-nascidos,

Já não pudemos esperar do destino suas decisões...

Metemos o dedo na cara dele,

E reivindicamos participação nessa obra!

Quando clareou,

A gente dormiu para a inércia

E sonhou...

Um tanto mais acordado.