Amargo açúcar.

Eis aqui o amargo açúcar

refinado com suor

fruto do encargo que nos impuseram

ora desumano, ora desumano

Na lavoura o cromático contraste

denuncia a escravidão

enquanto olha o zangão

operárias produzem o mel

Existe doce como fel

quanto na terra existe vida

ferida que nunca sara

é o padecer de meu povo

Que navegou até aqui

forçados a conhecer a paraíso

sem o prazer de ficar indeciso

pois é negra a sua história

Porque nascer preto

é nascer condenado

ser escravo inato

vitimado pelo amargo açúcar

Luciano Saraiva
Enviado por Luciano Saraiva em 16/02/2015
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