Amargo açúcar.
Eis aqui o amargo açúcar
refinado com suor
fruto do encargo que nos impuseram
ora desumano, ora desumano
Na lavoura o cromático contraste
denuncia a escravidão
enquanto olha o zangão
operárias produzem o mel
Existe doce como fel
quanto na terra existe vida
ferida que nunca sara
é o padecer de meu povo
Que navegou até aqui
forçados a conhecer a paraíso
sem o prazer de ficar indeciso
pois é negra a sua história
Porque nascer preto
é nascer condenado
ser escravo inato
vitimado pelo amargo açúcar