Aos patifes aprendizes
Essas cargas como que, para elefantes,
Não se furtam de pesar sobre a gente,
Posto que nossa força é mui pequena;
Priorizo, enfim, as que são importantes,
Aí troco pelas que parecem urgentes,
Por fim, só carrego quando vale à pena...
Não levo mágoa, inveja, ressentimento,
mas, trago um contêiner de frustrações,
Pesos que insistem em lançar sobre mim;
Afinal, decepcionam-me todo momento,
Tanto medíocres quanto, altos figurões,
Usando torpes meios para um infame fim...
Amansam ao Zé com gols e muito samba,
Esses parcos tranquilizantes já vencidos,
não fazem efeito, para mim estão gastos;
cada vez que no poente o sol descamba,
A noite coloca a súcia de patifes reunidos,
Analisando como camuflar seus rastros...
Pior que a safadeza desses pulhas infelizes,
Que ao menos, são safados mirando o butim,
A grande bolada que abraçam os “justifica;
Pior, digo, ver a fúria dos patifes aprendizes,
Querendo atochar no mais, pra cima de mim,
Que desde sempre nós fomos essa titica...
Esse peso chamo forte no meu duro relho,
Jogo na sarjeta rebelo-me sempre, replico,
troco por urros leoninos meu manso balido;
se esses canalhas não conhecem espelho,
nem sabem o que é que chamamos penico,
é maior, e mui diferente de meus ouvidos...