Eu vejo um mundo preto e branco
Eu vejo um mundo preto e branco
Onde se digladiam forças estúpidas demais
Eu vejo uma porta aberta
E um fogo luminoso hipnotizante
Chama ardente que queima sem cessar
Enxergo portas, planos e setas
Sinto doces, dores e prantos
Desperto do vazio do tempo corrido
E jogo flores para aqueles que sucumbem por pão
Eu vejo um mundo preto e branco
Fétido!
Podre como não poderia mais ser
Aqueles que se foram...
Se foderam num abismo da incerteza.
Em vão?
Num vão?
Um vão infinito e escuro.
Todos vão!
Eu tampo bem os meus ouvidos com as mãos
Prendo e aprendo o mais forte que puder.
Pois já surda-me o máximo volume da ignorância
Que quer ser ouvida sem querer ouvir
No velho espetáculo da insensatez...
Eu não ouço mais as vozes da perversa contradição,
Mas ainda vejo um mundo preto e branco