Eu vejo um mundo preto e branco

Eu vejo um mundo preto e branco

Onde se digladiam forças estúpidas demais

Eu vejo uma porta aberta

E um fogo luminoso hipnotizante

Chama ardente que queima sem cessar

Enxergo portas, planos e setas

Sinto doces, dores e prantos

Desperto do vazio do tempo corrido

E jogo flores para aqueles que sucumbem por pão

Eu vejo um mundo preto e branco

Fétido!

Podre como não poderia mais ser

Aqueles que se foram...

Se foderam num abismo da incerteza.

Em vão?

Num vão?

Um vão infinito e escuro.

Todos vão!

Eu tampo bem os meus ouvidos com as mãos

Prendo e aprendo o mais forte que puder.

Pois já surda-me o máximo volume da ignorância

Que quer ser ouvida sem querer ouvir

No velho espetáculo da insensatez...

Eu não ouço mais as vozes da perversa contradição,

Mas ainda vejo um mundo preto e branco

David Pimentel
Enviado por David Pimentel em 09/02/2015
Reeditado em 23/02/2019
Código do texto: T5131774
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