GIZ e MAGIA

Professor,

vejo meu futuro

exposto em seu rosto,

inseguro,

puro desgosto.

Nem chega agosto

e o sonho de melhoras

vai embora,

porta afora.

Baixo salário,

semanário,

caderneta,

papeleta,

sala lotada,

desinteressada,

projeto pedagógico,

ilógico,

de cima pra baixo,

na vertical,

ditatorial.

Criança mal-educada,

abandonada

pela família desestruturada.

Às vezes,

a sala de aula

é uma jaula

com um domador desarmado,

às vezes, despreparado,

muitas outras, desanimado.

Síndrome de pânico, de Burnout & Cia,

alergia,

renite e reunião, falação,

sem direção,

sem horizonte.

Projetos

obsoletos,

esqueletos

de um corpo sem alma,

sem calma.

Esgotam-se paciência,

sobram licenças.

Professor,

se não fosse por amor

seria

por ideologia,

mas ideologia

não enche barriga

nem paga as contas.

Professor,

salário baixo

capacho

de um sistema estéril:

Ensinar pra quê

se não posso dizer

o que penso de você?

Jonas De Antino
Enviado por Jonas De Antino em 08/02/2015
Código do texto: T5129893
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