Crise Existencial

O frio tenebroso encobre toda superfície ao meu redor,

Atinge de início os meus pés

E escala o meu corpo lentamente.

As luzes se apagam

Ouço vozes sussurrantes

Na medida em que vou caindo em um poço profundo

Eu avisto olhos brilhantes

Brilho ofuscante

Olhos vermelhos da cor de sangue

Sangue quente já derramado e esquecido

Questiono-me: << - Onde estou? >>

E por que insisto em viver?

Se o meu viver só me traz mágoas

Oh filho querido! Tu não irás nascer!

Esse mundo é podre e veloz

Nasço num segundo e morro no seguinte

Na minha mente caberia a via láctea

Mas os meus pés não suportam mais andar

Calejados das andanças nos discursos burocráticos

Neste universo de injustiças

Que diante de tantas crises

Ainda tenho espaço para mais uma...

Minha própria crise

Complexamente domesticada e periódica

Eternamente minha...

David Pimentel
Enviado por David Pimentel em 02/02/2015
Código do texto: T5123732
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