Crise Existencial
O frio tenebroso encobre toda superfície ao meu redor,
Atinge de início os meus pés
E escala o meu corpo lentamente.
As luzes se apagam
Ouço vozes sussurrantes
Na medida em que vou caindo em um poço profundo
Eu avisto olhos brilhantes
Brilho ofuscante
Olhos vermelhos da cor de sangue
Sangue quente já derramado e esquecido
Questiono-me: << - Onde estou? >>
E por que insisto em viver?
Se o meu viver só me traz mágoas
Oh filho querido! Tu não irás nascer!
Esse mundo é podre e veloz
Nasço num segundo e morro no seguinte
Na minha mente caberia a via láctea
Mas os meus pés não suportam mais andar
Calejados das andanças nos discursos burocráticos
Neste universo de injustiças
Que diante de tantas crises
Ainda tenho espaço para mais uma...
Minha própria crise
Complexamente domesticada e periódica
Eternamente minha...