Homem morto na calçada

Há um homem caído,

de olhos abertos e boca

escancarada, jazendo

morto na calçada.

Era um simples homem,

honesto e trabalhador,

morto por um

desalmado assaltante.

Nós tentamos honestamente

nosso dinheiro ganhar,

pagar nossas contas

e o certo praticar.

Mas vem um ladrão,

de coração duro e

sem compaixão, que quer

o nosso dinheiro obter.

O ladrão vem,

com toda a razão,

impiedoso e valentão,

intimidar-nos e

ameaçar-nos.

Ficamos apavorados e

revoltados, por vir

um bandido com

uma arma, tomar

o que temos, como

se direito a isso tivessem.

Pode ser que

não reajamos.

Mesmo assim,

eles nos ferem

ou até nos matam.

Quem era esse homem,

em torno de quem

os curiosos se amontoam?

Quem era esse homem,

cujo sangue rega a calçada,

escapando do buraco

em seu pobre peito?

Ele podia ser João, Pedro,

Joaquim, José ou Miguel.

Ele podia ser qualquer um,

jovem ou maduro, solteiro

ou casado, pai de família,

estudante ou trabalhador.

Porém, agora, ele não

é ninguém mais,

porque não passa

de um número

a mais nas estatísticas,

um infeliz homem morto na calçada.