Uma pobre senhora sofrida...

Me lembro bem daquele dia

Daquela senhora, suja e desbaratada

Esquivei-me não dando ouvidos

Ao que balbuciando perdida falava

Seu aspecto rude e imundo

Com as mãos enrugadas, vazias

Ignorei-a e me fiz como surdo

Sem saber o que a pobre dizia

Talves de mim apenas quisesse

Informar-se de algo ou alguém

Interesses, talves não tivesse

Mas tratei-a como fosse ninguém

Eu não sei o que ela queria

Perguntar, pedir à socorrer

Não imagino o que ela sentia

Se era fome ou dor seu sofrer

Me arrependo de tê-la rejeitado

Sua realidade eu não transformaria

Mas talvez com algum gesto simples

Ao seu dia algo bom eu traria

Me arrependo, sei que isso eu já disse

Talvez ela só quisesse um BOM DIA!

Mas se fome é o que ela sentia

Um lanchinho lhe pagar poderia

Não sei por que fui tão duro assim

Ao ajudá-la o mundo eu não mudaria

Mas para aquela senhora sofrida

Minha atenção diferença faria