O que resta!?
No ônibus lotado
Na catraca pulada
No asfalto cobrado
No corpo estourado
Nos olhos repletos
Na vida esperada
Na conclusão
Na duvida
O que resta
E o cigarro não acabado
No cabelo não cortado
Uma identidade buscada
Na cara tampada
O que vejo e bala de borracha
Muitas vezes perdida
Tantas outras endereçadas
Se andares curvado
Sei que foi espancado
Se desejar falar
Sei que será calado
Se no bolso existe grama
Será julgado traficante
Condenado, trancafiado, mascarado.
No jornal induzido a ser inimigo
Já fui silenciado, rotulado, marginalizado.