Abatam os Ventos Divinos!


Vieram de longe, como animais com roupas, selvageria vestida
Estiveram ao porto, ao cais, aos aeroportos e dominam mares
São sombras, são homens, e padecem de serem feras iníquas!

Matam seu gado, o nosso arroio, empurram mentiras com a lei
Somos o nada e eles o composto da ralé miúda, tornada justa
E suas regras permanecem como narcisos negros dum jardim!

Tomam espaços, a atitude dos céus ou estabelecem estribeiras
Montam suas fronteiras más, pérfidas limitações, e convencem
Desafiam lógicas e divindades soçobrantes manchando cidades!

Os ricos lhe são os devedores, ou sorriem em conluio desalinho
Erguem cidades, e estas últimas vão buscar água nos desertos
A sua ambição os capacitam a enriquecer receosos dominadores

Deslocam sua energia, suja poluição, desvanecendo mil sonhos
Revelam-se zumbis cansados dos explorados, este que somos
E suas estradas exibem a cadeia de ameaças atômicas antigas!

O mundo estará certo a sorrir amargamente nesta cumplicidade
A cada canto o último cisne, a última madrugada, amôr desuso
Na riqueza espoliam o que terminam, e incompletos rocinantes!

As fábricas existem. E a turba obedece. Um paraíso intrometido.
A miséria é a escala do jogo, realidade suprimida, regem tiranos
No fim cairá o selo, a face, o sorrir, o amar esquecido, Universo!
Jurubiara Zeloso Amado
Enviado por Jurubiara Zeloso Amado em 25/01/2015
Reeditado em 25/01/2015
Código do texto: T5113340
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