Meu país
Entre o descobrimento do encoberto
Escondido entre florestas e mar
Cochila o Brasil
O sono da colonização
O sonho da libertinagem...
Entre lojas e sapatos, bares,
escolas, mercados, bancas de revistas,
o ônibus balança,
o preço da passagem aumenta,
volta ao trabalho cara, sem documento.
Espaçonaves, crimes, crises,
atentados, tráfico, morro ocupado e pacificado,
maconha legalizada ou não,
noite preguiçosa, fatiga de mentiras,
fotos, notícias, coca-cola,
bandeira, ficções de juventude, corrupção.
Sonhos do mundo à vista,
vida em curso à prestação.
Brasil sem fome, universo da TV.
País sem pobreza, exportação de pobres.
Peso dos impostos sobre tudo, nada no bolso do funcionário público.
Julgamento do ladrão, quem viu o mensalão?
Eu não vi, você viu?
Quem sabe não está a bordo de um iate a caminho de um paraíso?
Sem livros, a sociedade sufoca.
A escola, o hospital, a solidão... Abandono!
A casa, batem na porta não, arrobam então...
Digo adeus a ilusão,
Mas não ao mundo, muito menos a vida,
Porém, a dura realidade.
A do salário de fome,
A da punição que não chega ao topo da hierarquia.
A da bagunça pública,
Ao caos social.
Estou farto de tudo.
Um país sem igual.
Um hino elitista.
Uma população abandonada.
Um país sem miséria, exportação dos pobres?
Um pátria sem educação.
Uma bandeira.
Um Brasil sem brasileiros.