Pra quem?
E seu eu morrer na esquina
Já vou para folhas de estáticas?
E se a bala me atingiu
Vou pra coluna do jornal?
Como viciado, traficante e marginal?
Nas palavras terão gotas do meu sangue?
E na grama do meu bolso
Serei extorquido , torturado e prendido?
E se eu falar que sou inocente
Levo tapa por estar “mentindo”
E se as palavras não se prenderam na garganta
Serei amordaçado, silenciado e apagado?
E seu eu não parar de escrever
Vão apagar meu rosto com bala de borracha?
Meu rosto dês configurado
Meu braço cansado
Meu peito arrebentado
Minha caneta arremessada
Outro país?
Outro planeta?