POBRE MENINA

POBRE MENINA

Pobre menina sonha com a liberdade

Este pássaro gigante e distante

Sem saber por que tanta saudade

Habita em seu peito vacilante

A escola abandonou pelas ruas

Viajante nas páginas do livro da vida

Muitas vezes não são só figuras

São cenas chocantes, tristes duras.

Desastres de trens, pessoas mortas.

Nos cantos afastados, abandonados,

Estão muitas bocas cansadas, tortas

Delirando na intimidade sem portas.

Não há tempo para sorrir sem dentes

Só miséria no meio destas gentes

Mais fácil é curtir o cuspir

Para se livrar do gosto triste da fome.

Pobre menina, sem infância

Correm o tempo e o vento

Mas não lhe sai do pensamento

O tão sagrado e esperado momento.

Sair do jugo da condição humana

Tornar-se ave, anjo, avião, santa

Voar além da imaginação, além do portão

Habitar o paraíso onde não lhe falte o pão.

Aradia Rhianon
Enviado por Aradia Rhianon em 13/01/2015
Código do texto: T5100458
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