Em cima do muro
A minha mão está sobre meu peito para massagear o desejo de me revelar, meu partido não permite dividir erros.
Aqui em cima só se pode abraços,
beijos e apertos de mãos, ás vezes compartilho com as pessoas ~
do lado direito, um bom café e é claro,
visto a camisa branca e calça preta,
igual a eles.
Não se pode compartilhar todos os dias,
não posso ficar por muito aqui em baixo,
devo inverter as roupas e vestir
camisa preta e calça branca,
é assim o outro lado;
o lado esquerdo serve um bom uisque e posso me deitar em outros braços,
aqui quase tudo é permitido e o que é de bom grado é diferente não se mistura ou permite outro lado,
não se pode compartilhar todos os dias,
não posso ficar por muito desse lado,
já esta na hora de tirar essas roupas e me vestir de palhaço,
devo subir e continuar caminhando entre um e o outro lado,
vestido assim ninguém me reconhece,
talvez desconfia de quem sou.
Hoje almocei a direita e quando a noite chegar janto a esquerda, mais tarde tiro
cara ou coroa
para qual lado vou me deitar.
Aqui em cima só é permitido para palhaços
ou atores, a cada qual seu personagem,
parece até não haver inimigos,
basta fingir a ambos um bom amigo.
Caminhar por cima desse muro se tornou uma prática,
não preciso me equilibrar,
não tenho mais identidade,
quando estou sozinho, não sei quem sou!
Tijolos e passos curtos,
olhando para trás não vejo o que construí,
nada é concreto, a amizade não é verdadeira;
nem mesmo os pilares e alicerces.
só estou um pouco confuso
aqui em cima é lúdico tentar esconder deficiências,
peço ao certo,
antes que me derrubem para um fim desgraçado estendam suas mãos e me direcione para o seu lado,
tarde de mais.