Mulher Islã
Aqui,
Entre essas paredes
Elas me protegem
Aqui
Entre essas paredes
Elas me dão abrigo
Aqui
Entre essas paredes
Elas cantam em uníssono
Somos o corpo intransponível
Que a ocasional empatia nos deu
Já quase posso esquecer.
E as cantigas de roda
Entre a reza e as prosas
Ensinam como seguir em frente
Deixando o tempo para tras
E um passado de espinhos sem rosas
De rosas sem dentes
A marca da violência deles
Está eternamente gravada
Em nossa frágil pele
Em nossas petalas arrancadas
que não voltam a crescer
Marcas de um povo
Que aprendeu a amar o ódio
Sem se quer saber o significado de amor
Ainda me lembro
Quando
A ultima pedra jogada
Atingiu minha têmpora
Numa dor inconsolada
E já não podia pensar em nada
Além do desejo em logo alcança-lo
Logo enfim estar com ele
Em um lugar onde
Seguir o coração não signifique
Desonrar os valores sacros
que o Senhor nos deu
Flertei o fundo do oceano
Mas ainda respiro
E ele terá que esperar
Rasquei os véus
Troquei os lençóis
Me encontrei na trilha recomeço
Estou forte ao lado delas
Aqui
Nestas paredes que tanto sabem
Mas nunca falam
Aqui
Me sinto segura
E já posso esquecer